Roberto

Vi Celina pela terceira vez numa igreja, ajoelhada no ultimo banco. Vestia um poema de Bandeira que me recitava as vozes da infância/ da vida boa que nunca veio, e me sussurrava para que caísse ouvindo-a [ali] no calmo seio/ da eternidade...

- Mas, por que uma igreja? - Foram as primeiras palavras que lhe proferi.
- A igreja é uma colecionadora de escuridões - ela me disse sem levantar a cabeça.

Aí eu também abaixei a cabeça e rezei.

1 comentários:

ThaiAline disse...

A leveza e reflexibilidade das palavras deixa o texto e o que a autora quer passar de forma clara e objetiva. Não há qualquer ligação com os capítulos anteriores, mas é isso que torna tudo mais bonito. Roberto e suas reflexões nos leva a refletir junto com ele, sobre assuntos e temas que antes passaram por despercebidos.

 
Layout feito por Adália Sá | Não retire os créditos